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sábado, 10 de setembro de 2011

Poema

“Porque quem ama nunca sabe o que ama / Nem sabe por que ama, nem o que é amar..." (Fernando Pessoa)

Muitos alunos(as) e outras pessoas já me disseram que passaram a gostar de poesias a partir do contato com elas aqui no blog ou mesmo em sala de aula. Hoje deixo  no Mire e Veja Travessia uma bonita poesia de Fernando Pessoa... Afinal, quem nunca escreveu uma carta de amor?

CARTAS DE AMOR...

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Álvaro de Campos, 21/10/1935 (heterônimo de Fernando Pessoa)



2 comentários:

  1. Acho que sou ridícula
    Por ter pensamentos ridículos,
    Por fazer poemas de amor ridículos,
    E por estar ridiculamente apaixonada!!


    Beijos Prof. Saudades.

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  2. Iza: Fernando Pessoa iria gostar desse comentário. Bem poético!
    Esqueci que hoje são os "e-mails de amor", os poemas... Cartas são coisas do passado... "Mas não seriam cartas de amor / Se não fossem rídículas"... É fato!
    bjos para esse lindo e querido casal "lindamente" apaixonados: vc e André.

    ResponderExcluir

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