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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dia D

“Podei a roseira no momento certo / e viajei muitos dias, / aprendendo de vez / que se deve esperar biblicamente / pela hora das coisas." (Adélia Prado, escritora brasileira)

        Olá!
        Mesmo com dez dias de atraso não posso deixar de registrar aqui o fato de termos agora, no Brasil, o dia D. Vai que algum leitor do Mire e Veja Travessia não acompanhou na mídia convencional...
      Nada do dia D da 2ª guerra mundial.  Nem do dia D comemorado na Irlanda, quando não só os irlandeses, mas gente de todo os cantos festejam o escritor James Joyce, anualmente, em 16 de junho, com o Bloomsday.
No Brasil, o dia 31 de outubro será o nosso dia D. Trata-se de uma data criada pelo Instituto Moreira Salles, uma fundação que tem por finalidade a promoção e o desenvolvimento de programas culturais, para homenagear o nosso ilustre poeta Carlos Drummond de Andrade (vide auto-caricatura). Segundo o Instituto, é “um outro dia D, para apagar a guerra e saudar a liberdade, a imaginação, a aliança entre os homens  de boa palavra”. 
A iniciativa foi aplaudida por todos nós que amamos Drummond e várias instituições brasileiras como universidades, escolas diversas, bibliotecas, museus, clubes, etc., onde, a exemplo desse ano, vários eventos foram realizados, como saraus, exibição de filmes, mesas redondas, publicações diversas. Afinal, quem não conhece e gosta dos poemas “José”, “Poema de sete faces”, “No meio do caminho”, “Sentimento do mundo”, “Caso do vestido”, “Quadrilha” e o lindo poema “Mãos dadas”? (Só para citar alguns mais conhecidos...)
Encontro-me em licença prêmio e não pude, nesse ano, comemorar a data com meus alunos e alunas. Acompanhei pelos jornais. Mas só de pensar, vem mil ideias à cabeça. Imagine então em 2012 quando completa os 110 anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade e os 25 de sua morte. Sabe-se que (depois de 27 anos tendo seus livros publicados pela Record), a Companhia das Letras começa a reeditar toda a obra do escritor, com novo projeto gráfico e conselho editorial próprio. Drummond também será homenageado em Paraty, já que será o tema da Flip (Feira Literária de Paraty- RJ) do próximo ano.

Ele merece!!!

Ia terminar essas palavras com um poema de Drummond. Mas resolvi mostrar uns versinhos que fiz sobre as “minhas” comemorações de outubro. Quando soube do dia D pensei: O mês de outubro é “meu mês”.
Ps: Espero que meus ilustres leitores não se decepcionem com os humildes versos e que Drummond não se revire no túmulo por troca tão desigual.
Vamos lá?





Meu Mês
Outubro vem
trazendo as flores  de setembro,
Da primavera,

com “São Francisco  pelo caminho
De pé descalço
Tão pobrezinho”.

E Nossa Senhora Aparecida traz esperança
Vem abençoar o Brasil
Junto com as crianças.

Os professores chegam
Para lutar; e comemorar
O seu papel de iluminar.

 São Lucas vem em seguida
Abençoar os médicos
E proteger a vida.

Chega também
o aniversário do meu marido
E de amigos especiais e queridos.

Vem o dia de quem trabalha para o povo
e dele recebe o seu salário:
O funcionário público que deve honrar o seu trabalho.

No mesmo dia São Judas Tadeu
Apóstolo de Jesus
Nas grandes necessidades, nos mostra a sua luz.

Num feliz dia de outubro
Do meu ventre uma criança nasce;
Linda! Abençoada! Mostra-me, de Deus, a sua face.

Para completar o meu mês de festas
Criou-se o dia de Drummond,
O meu poeta “gauche”.

E agora, para fechar:
- Saiam bruxas americanas!
Deixam o Saci entrar.