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domingo, 30 de junho de 2013

Obrigada, Marcos Bagno

“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê.” (Paulo Freire)

Marcos Bagno e eu


         Olá!
      Tarde maravilhosa ontem (29/06) com o ilustríssimo linguista, educador, escritor e tradutor Marcos Bagno. 
     Marcos Bagno tem sido referência para mim e milhares de professores e professoras de Língua Portuguesa no Brasil e em vários países no mundo, onde tem ministrado conferências e cursos. Lançou, recentemente, a GRAMÁTICA DE BOLSO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO* - versão sintética da Gramática pedagógica do português brasileiro - (Já tenho a minha devidamente autografada).
       Com seus estudos, pesquisas e publicações tem cumprido uma “tarefa revolucionária”, uma verdadeira militância contra o preconceito linguístico, na defesa da variedade linguística e, óbvio: por uma verdadeira democratização do acesso à norma padrão da língua.
      Quem não conhece “Preconceito linguístico – o que é, como se faz”? E a famosa “Carta de Marcos Bagno à revista Veja” (4/11/2001)?! Leitura fundamental para professores de Língua Portuguesa e estudantes de Letras e que já foi divulgado aqui nesse blog.
      Quantas pessoas foram beneficiadas com suas ideias e pesquisas na área da linguística? Muitas. Mas, claro, quem “abraça essa causa”, encontra desafeto também... E muitos.
     “Muita gente lê de maneira distorcida os trabalhos das pessoas engajadas na democratização das relações linguísticas no Brasil” – diz a contracapa de um dos livros de Bagno. Porém não vejo por essa ótica (questão de leitura distorcida), pois todas as obras que li do autor são claras, e não se limitam a “criticar”. São bem fundamentadas e, o mais importante: mostram caminhos, propostas. Acredito que a questão de fundo é a dificuldade de conviver e aplicar o ensino da língua com uma ótica, que, a bem da verdade, para muita gente, implica na mudança de mentalidade e atitude do ponto de vista político-social. Isso se aplica também quando se trata dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais – MEC , 1997) e das obras de muitos outros escritores e estudiosos da nossa língua como Mário Perini, Celso Pedro Luft, Irandé Antunes, Sírio Possenti, Ataliba T de Castilho, Luís Antônio Marcuschi, etc. etc. etc.
       Numa entrevista concedida à revista “Na ponta do Lápis” (também publicada aqui nesse blog), Adélia Prado (adoro), sob indagação sobre que tipo de postura um professor pode ter na hora de trabalhar poesia com crianças e adolescentes, é categórica: “A melhor postura é a de mostrar que ele mesmo, professor, ama a leitura, contagiar os alunos através da ficção e da poesia com seu entusiasmo sobre nossa maravilhosa língua portuguesa. Sem isso não tem nem como começar a falar do assunto. Não há congresso pedagógico que dê jeito nessa miséria, professores que se gabam de não gostar de ler. Mas esta entrevista me anima. Há muita gente boa preocupada em melhorar a qualidade da vida e do ensino de nossas crianças. Longa vida aos que levam a sério a tarefa de fazer do nosso país uma nação.”
  É bem por aí... Faço exatamente essa analogia quanto ao fato citado acima. “Para um bom entendedor, meia palavra basta”; reza o dito popular.
     Obrigada, Marcos Bagno! Por tudo! Foi um prazer enorme conhecê-lo...





Muito especial para mim

A mais recente publicação de Marcos Bagno
- Parábola Editorial -
Norma oculta
Língua & Poder na sociedade brasileira