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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Concurso de Redação

Tema: “Muito prazer, sou cidadão de uma República chamada Brasil.”
Redação escolhida -1º lugar - Leandro (foto) - Parabéns!




    A ALMA DE UMA SOCIEDADE


        Temos em nossas mãos a mais importante das ferramentas políticas. Uma ferramenta que homens, mulheres, idosos e jovens, de todas as classes sociais, usa unida na construção do país. Algo de que podemos orgulhar inerente à nossa nação, que devemos nos lembrar quando dizemos “sou brasileiro!”: a democracia.

        Ao redor do mundo, regimes autoritários, de certa forma, privam uma população inteira – exceto certos grupos que compartilham dos mesmos ideais desses regimes – de seus direitos. No Brasil, pelo contrário, os avanços em nome de nossa gente são constantes. O povo brasileiro, sofrido, batalhador e sonhador, merece muito que se lute por ele.

        Mas no passado recente de nossa história, quando o país foi tomado pelos militares, o poder do povo foi roubado. Não era mais permitido se expressar. Ninguém podia dizer “b” se o governo dissesse “a”. A vontade do povo não valia nada.

        Entretanto, os brasileiros não se curvaram diante da ditadura: lutaram, mantiveram-se firmes e recuperaram o poder da democracia. A busca pelos direitos e o exercício dos deveres são o cerne da democracia, e deve ser a alma de uma sociedade – a história da nossa gente comprova.

        Observamos hoje, claramente, as obras magníficas que construímos com nossa “ferramenta” política, ao longo desses cento e vinte anos de República. Vemos na sociedade e em nós mesmos. Portanto, devemos nos orgulhar de sermos cidadãos dessa República chamada Brasil.
Leandro de Souza Martins – nº 26 – 3º A – Ensino Médio

Sarau: "Nos Prados de Adélia"

“Quem entender a linguagem entende Deus” (Adélia Prado)

                                            
Os alunos e alunas das terceiras séries do Ensino Médio da nossa escola encerraram o ano letivo de 2009 em “alto estilo”.
No dia 10/12 /2009, um dia antes do SAG (Sistema de Avaliação do Godinho), professores, direção, coordenação e funcionários se emocionaram ao ver e ouvir dos nossos alunos e alunas, declamações inéditas de poesias do livro “Bagagem”, de Adélia Prado, alternadas com lindas músicas tocadas e cantadas também pelos nossos alunos (as).
A ocasião foi aproveitada para a entrega de diplomas de “Honra ao Mérito” aos finalistas do concurso de Redação realizado na escola.

Texto de abertura do sarau

Queridos alunos e alunas, colegas professores e professoras e equipe de gestão:

O sarau que agora apresentamos é uma pequena amostra do que foi realizado em sala de aula com a participação de todos os alunos e alunas. Procuramos motivar a leitura dos livros de obras literárias que todos receberam no começo do ano. Não foi fácil! A prática prazerosa da leitura ainda é uma realidade distante da maioria dos nossos alunos e alunas.
Nesse 4º bimestre lancei o último desafio: ler “Bagagem”, de Adélia Prado. Convenhamos: não é uma leitura fácil. Percebi, então, que o desafio era meu. Como motivar os meus alunos e alunas a buscar nos “prados” de Adélia, a beleza, a introspecção, o silêncio, o cotidiano, o universo do ser humano, da alma feminina, e também de Deus?
Leituras em classe, debates, pesquisas sobre a autora e sua obra, e muito entusiasmo foram os ingredientes utilizados para, depois, saborear a emoção de ver a  maioria dos alunos e alunas motivada a desvendar os mistérios da beleza da poesia de Adélia Prado.
Leram, comentaram, e, por fim, cada um apresentou aos colegas uma das poesias da obra. Aqui, como já falei, é uma pequena amostra. Agradeço imensamente aos alunos e alunas que, mesmo tendo que enfrentar a ansiedade e a timidez, colaboraram comigo na tentativa de dividir com os demais professores, funcionários e equipe de gestão aqui presentes, a emoção que vivenciamos em sala de aula.
E, independente da apresentação de hoje, me antecipo em dizer: O meu objetivo já foi alcançado. Obrigada queridos alunos e alunas. Boa sorte na apresentação.
Professora Eliran.

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 Algumas poesias declamadas: No reino do Céu, O Retrato, Sedução, Fatal, Agora, ó José, Ensinamento, Impressionista, etc. etc. etc. Aqui a letra de duas poesias:

COM LICENÇA POÉTICA

(paródia do “poema de sete faces” - Carlos Drummond de Andrade)

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
– dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

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ANÍMICO

Nasceu no meu jardim um pé de mato
que dá flor amarela.
Toda manhã vou lá pra escutar a zoeira
da insetaria na festa.
Tem zoado de todo jeito:
tem do grosso, do fino, de aprendiz e de mestre.
É pata, é asa, é boca, é bico,
é grão de poeira e pólen na fogueira do sol.
Parece que a arvorinha conversa.

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 Algumas músicas tocadas e cantadas pelos alunos:

“Tocando em frente” e “Amizade sincera” – Renato Teixeira; “Oceano” – Djavan; “Como uma onda” – Lulu Santos; “Pais e filhos” – Legião Urbana; “Primavera” – Tim Maia; etc. etc.

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(...) Porque tudo que invento já foi dito
nos dois livros que eu li:
as escrituras de Deus,
as escrituras de João.
Tudo é Bíblias. Tudo é grande Sertão.
(Adélia Prado)

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