"Decidir é romper. E, para isso, preciso correr o risco". (Paulo Freire)
Até já fiz um sarau extraordinário (obrigada, alun@s de 2010) com esse tema: a poesia da canção. Música, para mim, é poesia em dobro. Temos a beleza da letra – quase sempre um belo poema – e da melodia! É pura poesia. Diversos estilos e ritmos, embalando e encantando sonhos, projetos, lutas, romances, enfim, vivendo e fazendo histórias. Quem não tem uma música que marcou, em sua vida, momentos de alegria de tristezas?... Qual país não tem uma música que marcou momentos de lutas da sua história? Quem não se lembra da criatividade dos artistas ao trabalhar a linguagem para despistar a ditadura, denunciando e anunciando uma nova realidade e motivando a luta?
É bem verdade que muitas
vezes fazem e, principalmente divulgam-se “batuques” e “blá-blá-blá” que não
valem nada. A isso se dá outro nome; menos música. São “encomendas enlatadas”
visando ao lucro, exploração e alienação das pessoas que, no comodismo do seu
pensar, acabam “consumindo” tais “produtos”.
Época de carnaval é
propícia para isso. A mídia divulga e vira sucesso. E vende. E explora. E
aliena. Geralmente é esquecida tal qual foi aprendida: de forma rápida. São
passageiras e não duram mais que uns poucos meses.
A música não. É apreciada
e, muitas vezes passa de uma para outra geração. Quem não conhece alguma
música, por exemplo, de Chico Buarque, Raul Seixas, Luís Gonzaga, Titãs? Só
para citar alguns. Pode ser rock, sertaneja, MPM, rap, axé ou qualquer estilo,
traz beleza e encanto aos nossos ouvidos e à nossa alma.
E por falar em poesia,
música, beleza, palavra... O rei da palavra é uma música que por vezes fica
dias e dias entoando os meus pensamentos, e não me canso de ouvi-la. Leandro Léo
foi muito feliz ao compor e interpretar essa música (e outras também). Perfeita!
Aborda divinamente bem uma das mais usadas ferramentas da poesia e da vida: A
PALAVRA.
Quantas palavras lindas e
gordas
Vão se derramar em vão
Sem que se saiba para o que servem
Ou para onde vão
Para um brilhante colar de palavras
Que só faz pesar
Às vezes o rei da língua e da lábia
Tem que saber calar
Sem que se saiba para o que servem
Ou para onde vão
Para um brilhante colar de palavras
Que só faz pesar
Às vezes o rei da língua e da lábia
Tem que saber calar
Quantas palavras fortes e doídas
Vão se debruçar sobre alguém
Reabrindo velhas feridas
Que já cicatrizavam bem
Cheias de vã certezas
De tanta coesão
Às vezes até o rei da razão
Tem que saber calar
Vão se debruçar sobre alguém
Reabrindo velhas feridas
Que já cicatrizavam bem
Cheias de vã certezas
De tanta coesão
Às vezes até o rei da razão
Tem que saber calar
Pra não sair ferido esta é
a condição
Saber ser mais ouvido é um dom
"Não, eu não disse isto"
Disse, e não tem volta
Às vezes até o rei da revolta
Tem que saber calar
Saber ser mais ouvido é um dom
"Não, eu não disse isto"
Disse, e não tem volta
Às vezes até o rei da revolta
Tem que saber calar
Quantas palavras fortes e
doídas
Vão se debruçar sobre alguém
Reabrindo velhas feridas
Que já cicatrizavam bem
Cheias de vã certezas
De tanta coesão
Às vezes até o rei da razão
Tem que saber calar
Vão se debruçar sobre alguém
Reabrindo velhas feridas
Que já cicatrizavam bem
Cheias de vã certezas
De tanta coesão
Às vezes até o rei da razão
Tem que saber calar
Pra não sair ferido esta é
a condição
Saber ser mais ouvido é um dom
"Não, eu não disse isto"
Disse, e não tem volta
Às vezes até o rei da revolta
Tem que saber calar
Saber ser mais ouvido é um dom
"Não, eu não disse isto"
Disse, e não tem volta
Às vezes até o rei da revolta
Tem que saber calar
Um líder frente à revolução
Tem que saber calar
Um Deus que assiste a evolução
Tem que saber calar
O verdadeiro rei da palavra Valoriza o som
Fala como quem já compreendeu
Que o silêncio é bom
Tem que saber calar
Um Deus que assiste a evolução
Tem que saber calar
O verdadeiro rei da palavra Valoriza o som
Fala como quem já compreendeu