Olá!
Já se adaptaram ao acordo ortográfico da língua portuguesa que entrou em vigor em janeiro de 2009? Não??!!!
Não tem problema. Temos até o final de 2012 para adaptarmos.
Vamos relembrar: segundo especialistas (e/ou burocratas) o fato de existirem duas ortografias oficiais – uma europeia e outra brasileira – trazia dificuldades de natureza linguística e política, principalmente na redação de documentos internacionais e na publicação de obras de interesse público. Daí o acordo ortográfico, que vinha sendo debatido e negociado há anos e anos.
A maior resistência veio de Portugal que assinou o acordo já no final de 2008. Vale lembrar que lá (além de ser o país “colonizador”???) a porcentagem de mudança dos vocábulos chega a 1,5%. Enquanto no Brasil essa porcentagem é de 0,5%. Mas em Portugal o prazo para a adaptação é até 2014.
Além de Portugal e Brasil, os países que constituem a “comunidade lusófona” e assinaram o acordo foram: Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, e Timor-Leste. Vale lembrar que o acordo é “ortográfico”, portanto não implica mudança em qualquer outro aspecto da língua como vocabulário, construção gramatical, pronúncia. Em Portugal, por exemplo, fila continua sendo “bicha”, garota “rapariga”, pão alongado “cacete”, calcinha “cueca”, comer “morfar”, brigar “bulhar”, sair “abalar”, gare “estação”, celular “tele-móvel”, preservativo “durex” e por aí vai. Em relação à ortografia, em Portugal nada de adopção, afectivo, actual, exacto, óptimo.
. E aí? Já acostumaram escrever ideia, assembleia, plateia, colmeia, heroico, joia, jiboia, etc. voo, enjoo, perdoo, abençoo, leem, creem, veem, releem, etc. para (verbo), pelo (sub.) sem o acento?
. Lembram que o nosso alfabeto agora tem 26 letras? (+ k, w e y)
. E o trema? É fácil: Foi eliminado em todas as palavras portuguesas e aportuguesadas! (sequestro, tranquilo, etc. não têm mais aqueles dois pontinhos no ü).
E o hífen? Uma verdadeira “salada”: extra-oficial, extraordinário, afro-brasileiro, afrodescendente, paraquedas, para-lama, vai entender...
Mesmo depois da publicação do Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) pela Academia Brasileira de Letras, o acordo não se configura uma garantia de total unificação... Existem muitos “abacaxis”, “cascas de bananas” e muito mais. Mas, em momento algum devemos perder a LIBERDADE de falar e/ou a escrever a nossa língua materna.
Outra informação: Já se fala que o Brasil é o país mais adiantado em relação às mudanças feitas no acordo. Nos outros países as coisas andam devagar, devagarzinho; principalmente em Portugal onde as resistências continuam. É esperar para ver...
Eu, que gosto de humor, vou terminar essas “poucas linhas” com as palavras do José Simão publicadas em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo - 01/02/2009: “E duas novas regras do Acordo Ortográfico: “mocreia” perdeu o acento, mas continua feia. E jamais trema em cima da linguiça. Jamais! E véia não tem mais acento. E pra dar uma injeção na veia da véia? Injeção na veia da veia. E Dança do Créu tem acento? Tem que ter! Porque o fundamental no funk é ter acento!”